A violência doméstica entre um casal não tem implicação apenas para
os seus intervenientes, mas também para todos os que estão à sua volta
como as crianças. Mas de que forma se reflete?
As crianças embora não sendo intervenientes diretos da violência doméstica
, elas sofrem extremos prejuízos em suas vidas a vários níveis. Já que
elas vão replicar, generalizar e extrapolar todo o que experienciam,
para a sua vida, refletindo-se inevitavelmente na idade adulta.
Podemos referir 9 consequências da violência doméstica nas crianças.
Retira o sentido de segurança pessoal – Ao ser
executado por pessoas que ela conhece, o medo e a vulnerabilidade
substituem a confiança básica fundamental para o crescimento saudável.
Com esta experiencia irá ser difícil ela depositar a confiança em
alguém.
Perde o sentido que o mundo é um lugar seguro – A
família tem um papel fundamental na superação e apoio emocional da
criança. Quando existe violência doméstica, esse apoio não existe e a
criança crescerá emocionalmente instável, sem competências sociais e
emocionais.
Identificam-se com o agressor- Não é de surpreender
quando a criança não entende o que acontece identificar-se com o mais
forte ou o mais poderoso, desta forma as crianças (principalmente os
rapazes) tornam-se mais violentos e agressivos nas interações sociais.
A agressão é o único modelo – A agressão ao ser o
único modelo que têm, as crianças vão extrapolar/replicar esses
comportamentos como a forma mais fácil de obter o que desejam. Por sua
vez, esses comportamentos irão influenciar negativamente as suas
relações e amizades. As crianças mais pequenas podem aceitar a violência
como um modo normal de vida, aceitando-a e não a questionando, visto
que cresceram no meio de uma realidade no qual possivelmente sempre
existiu.
Podem-se tornar medrosas ou retraídas –
Principalmente as raparigas, tornam-se medrosas e retraídas. Abdicando
muitas vezes das suas necessidades, com o único propósito de passar
desapercebidas.
Podem-se culpar pelo sucedido – Quando não se
compreende o que se passa, principalmente em crianças mais pequenas,
muitas vezes, característico da sua fase de desenvolvimento ainda
egocêntrica, a criança pode atribuir-se a si própria a culpa do
sucedido, influenciando negativamente a autoestima.
Já as crianças mais velhas podem-se culpar por não poderem fazer nada,
por não conseguir evitar o sucedido, sentindo-se impotentes, culpadas e
envergonhadas.
As crianças podem distanciar-se – Como um meio de se
evitar angústia e sofrimento, as crianças podem aprender a não sentir, a
não ter empatia, afastando-se de todos os sentimentos e emoções, tendo
consequências diretas na construção de relações e amizades.
Dificuldades de concentração – Para qualquer pessoa e
principalmente crianças é difícil esquecer episódios de violência,
principalmente se ocorrerem com frequência. Logo, como é possível a
criança concentrar-se e aprender se o seu pensamento está em outro lado?
Stress Pós-Traumático- Mesmo não sendo
intervenientes diretos, o facto de “conviverem” com episódios de
violência doméstica, faz com que as crianças sofram de stress
pós-traumático. Tendo prejuízos na auto-estima, auto-conceito, possuindo
ainda sentimentos de sobrecarga, impotência e de um estado de alerta
contínuo. Podendo inclusive somatizar
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